segunda-feira, 10 de junho de 2013

Como se fosse o primeiro dia



Sempre escuto falar a seguinte expressão: “Deveríamos viver como se fosse o último dia”. Mas será que deveríamos viver está máxima? Vou expor outro lado, outra maneira de viver.

“Deveríamos viver como se esse fosse o primeiro dia de nossas vidas”. Pois é, é isso mesmo. O primeiro dia.

É no primeiro dia em que o nosso olhar se encanta pela simplicidade e pela novidade, é nesse dia que o nosso olhar se demora perante as coisas, onde não há a agitação do cotidiano, é nesse dia que vemos as pessoas com tamanha alegria, pois elas estão ao seu lado. Veríamo-las sem os conceitos que já temos sobre as mesmas, e abriríamos nossas almas para que elas possam ser acolhidas.

Olharíamos as pequenas coisas com olhos diferentes, com olhos de magia e encantamento, e não com os velhos olhos que já estão acostumados e habituados a tudo e a todos.

Ao olharmos as árvores balançando pelo vento, deixaríamos de lado a descrença pela natureza, mas veríamos a beleza daquele momento, ouviríamos com ouvidos atentos o barulho e o farfalhar das folhas e dos galhos, e deixaríamos nos envolver pela brisa que não refresca apenas as árvores, mas que também alivia o suor e o cansaço do corpo e da mente.

Escreverei sentado na grama um poema. Sem a métrica e sem rima. Apenas colocarei o meu coração e os meus sentimentos nos versos. Melhor maneira de escrever não há, pois essa é a essência da escrita.

Chegarei a um vilarejo ou em um campo de guerra e darei o meu melhor sorriso. As pessoas não irão entender e posso até ser chamado de louco, mas mesmo assim sorrirei. Será uma forma de dizer a todos: “Podem acabar com os campos, as casas, as cidades e até o nosso corpo, mas jamais poderão destruir nossas almas”.

Ao me alimentar, sentirei um gosto incrivelmente saboroso no paladar. Podem as mesmas comidas, o mesmo feijão com arroz, as mesmas bebidas de sempre, iguais, mas com certeza nesse momento elas terão sabores diferentes. Provarei aquelas comida que sempre disseram que era ruim e que nunca tive coragem de experimentar. Beberei aquele chá amargo, e sentirei o doce que emana de suas ervas.

Ao andar pelo meu bairro, farei outro caminho. Andarei pelas ruas que nunca pisei e descobrirei a cada metro percorrido, a cada olhar lançado, um novo universo.

Deitado em um campo, observarei as nuvens. Não aquelas descritas pela ciência, mas as nuvens que se manifestam em milhares de formas. Verei um dragão, um cavalo, uma pessoa ou qualquer objeto nelas e ficarei fascinado pelo seu movimento gracioso no céu.

Pela primeira vez vou ver o pôr do sol. Aquela estrela gigante começando a dividir o espaço com as estrelas minúsculas.

Em milhares de anos de observação e estudo estelar, acumularam-se muitas explicações e teorias sobre as estrelas e os planetas. Esquecerei tudo isso a respeito da astronomia. E de repente as estrelas serão pequenos anjos a iluminar a imensidão da noite.

Vou sorrir sem culpa.

Viverei a vida sem me queixar que tudo é igual e que nada muda, pois estou vivendo esse como se fosse o primeiro dia de minha vida.

Mesmo tendo passado em inúmeros lugares e visto as mesmas pessoas, direi bom dia. Mas hoje o meu “bom dia” será diferente. Não serão apenas palavras educadas, mas será uma espécie de bênção, dizendo que sim, você é importante. Podem ser poucas palavras, mas essas poucas palavras podem salvar o dia de uma pessoa que estava se sentindo invisível perante todos.

Que eu olhe para mim como se fosse a primeira vez. Que eu me aceite como sou. Uma pessoa que caminha, busca, reza, sorri, chora, erra, acerta e que tem coragem.

Assim terei vivido cada minuto, cada hora do dia como uma constante surpresa para eu mesmo, assim como a inocência de uma criança que faz tudo pela primeira vez.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sonho





Eu sonhei que estava num sonho
Sonhando com alguma coisa.
Talvez tenha sido um sonho...
Ou a realidade.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Simples detalhes





Estou aqui no meio da rua
Com o meu violão a tocar
Cantando para todos
E todos a passar sem olhar

Pessoas com pressa
Cegas não enxergam a sua frente
Não prestam atenção
Nos pequenos detalhes da vida

Detalhes estes
Que no final fazem a diferença
Que fazem toda a diferença
Daqueles de uma vida indiferente

Mas o meu violão incessante está a tocar
Transbordando de alegria
Solta ao vento suas mais belas melodias
Que atingem o coração daqueles
Que sem entender esboçam um sorriso

São encantados pelas notas
Pelo vento que bate e acaricia seus rostos
Que faz as folhas voarem ao léu
Detalhes de vida simples
Que a pressa do dia nos tira