quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Eu te pedôo... Meu filho!


Era uma terça-feira de 13 de julho de 2010. O dia estava ensolarado, não se via nehuma nuvem no céu, e aquele azul lindíssimo imperava juntamente com ar do entardecer. 
Fiquei esperando a minha vez com certa ansiedade. Ali na ante sala tinha uma imagem da Virgem Maria. Ela tinha olhos tão serenos e profundos que senti verdadeiramente em meu coração que ela estava falando comigo, assim como uma mãe conversa carinhosamente com seu filho. Uma conversa silenciosa para os ouvidos, mas ruidosamente alta para o coração.
Após alguns minutos entrei na sala onde acontecem as confissões. Fiquei um pouco nervoso quando eu adentrei a sala e fechei a porta, mas foi um nervosismo passageiro.
Fiz o sinal da cruz. À primeira coisa que o padre me perguntou foi quando eu tinha me confessado pela última vez. Respondi com um tom meio envergonhado, um tom de quem está pedindo desculpas pela falta que cometeu contra a minha própria pessoa, a Igreja, a Deus. Minha última confissão tinha sido em 2002, antes da minha primeira Comunhão, na Paróquia Santa Edwiges.
O padre, cujo nome eu não lembro, era sereno, calmo, com cabelos brancos e os sinais da idade bem expressos em seu rosto. Ele me explicou a importância de se confessar, pelo menos uma vez por ano, como manda a Santa Igreja.
Depois de um breve silêncio, comecei a falar.
Disse coisas que estavam machucando o meu coração, coisas erradas que fiz contra as pessoas que mais amo. Mas uma delas foi em especial.
Abri inteiramente o meu coração, pedindo perdão pelas coisas que fiz, mas principalmente pelas palavras que disse. É como se diz o ditado: “As palavras doem mais que um tapa”. Deixei que as palavras que estavam engasgadas em minha garganta há certo tempo, viessem à tona. Foi libertador.
Percebi então, que no decorrer de minhas palavras e de meus pensamentos, as lágrimas começaram a escorrer lentamente em meu rosto, parando cuidadosamente em meus lábios. Fiz uma pequena pausa pra poder recuperar-me, senão, iria chorar como se nunca havia o feito na vida. Muitas vezes as lágrimas são as melhores palavras que o nosso coração consegue falar.
Após enxugá-las, continuei a conversa com o padre. Terminei. Recebi então o perdão dado pelo nosso Senhor, e isso foi como se tivesse tirado o peso mundo inteiro das minhas costas. Oh! Doce sensação.
Sai daquela salinha e fui de frente ao altar. Ajoelhei-me, fechei os olhos, e rezei. Agradeci a Deus por em Cristo ter perdoado os meus pecados, e novamente as lágrimas vieram de encontro aos meus olhos. Mas eram lágrimas boas, não eram ácidas como as antigas, mas sim, lágrimas doces.





“O perdão é um poder incrível, um poder que você compartilha conosco, um poder que Jesus dá a todos em que ele reside, para a reconciliação possa crescer. O perdão existe em primeiro lugar para aquele que perdoa, para libertá-lo de algo que vai destruí-lo, que vai acabar com sua alegria e capacidade de amar integral e abertamente”.
(Trecho do livro A Cabana)

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