terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Asas da liberdade


Cheguei ao topo da rua. Uma descida de, aproximadamente, 150 metros! -Uau! –exclamei estupefato de adrenalina.
Fiquei ali durante cerca de um minuto pra tomar um pouco de fôlego, pois já estava nessa andança havia uns trinta minutos ininterruptos. Peguei o meu MP4, escolhi uma música bem pauleira, tipo Metallica ou AC/DC (não lembro exatamente qual banda de rock ‘n roll era) e aumentei o volume quase no máximo. Mudei a marcha da bike para uma bem pesada pra poder ter um impulso e uma velocidade maior.
Respirei fundo. Parti. Pedalei o máximo que pude. A adrenalina já estava a um nível alto e a minha pulsação aceleradíssima, maior do que a da bicicleta, isso eu tenho certeza. Quase na metade do trajeto tive uma ideia perigosa e arriscada. Soltar as mãos do guidão, abrir os braços e fechar os olhos. Não pensei duas vezes e coloquei meu plano mirabolante e idiota em ação. Contei. Três... Dois... Um! “Voilà”.
A sensação foi incrível. Não sei se é por causa do perigo ou da sensação de liberdade. Como diz a música: “Escondido é bem melhor, perigoso é divertido”. Mas foi incrível. Deve ser a mesma sensação de quando um pássaro filhote vai até a beira do penhasco e se joga no horizonte tentando bater as asas e alçar o primeiro voo. Asas da liberdade. A música que estava tocando alta no fone de ouvido foi fácil, fácil batida pelo barulho que o vento fazia enquanto eu descia a rua nessa aventura. Outra coisa que chamou a atenção dos meus ouvidos foi o barulho fortíssimo do atrito do pneu da bicicleta com o asfalto.
Tudo isso durou apenas quatro ou cinco segundos, uma eternidade, quando finalmente a razão falou mais alto que esse barulho todo e eu abri os olhos, e retomei o controle da bicicleta.
Chegando lá embaixo, já sem velocidade suficiente pra encarar a subida que vinha logo em seguida, desci da bicicleta empurrei ela até o final do trajeto. Já com a razão em ação, pensei em como eu me arriscara e o quão perigoso era essa aventura.
Afinal, eu estava de olhos fechados com os braços abertos, e poderia ter perdido o controle da bike em qualquer momento, ou até mesmo ser atropelado, afinal aquilo era uma rua, sem um grande movimento, mas não deixava de ser uma rua.
Mas, no final, tudo deu certo e a aventura se encerrou sem nenhum prejuízo e o melhor de tudo, sem nenhum osso quebrado.

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