segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O homem invisível


Em meio a todo esse barulho sua voz se cala. Em meio a toda balburdia da agitação das pessoas, é apenas um ponto imóvel. Será um sonho ou realidade? Será isso um passado que não se lembra, ou um futuro que ainda não viveu? Algo material ou apenas pensamentos de certo alguém que não conhece?
As horas e os minutos são meros detalhes de um momento onde o tempo é irreconhecível. As datas riscadas no calendário são meros enfeites de momentos que não sabe quando vivenciou.
Ele sente medo, medo...
Sobe à extensa e larga avenida. Não sabe onde está. O cinza do asfalto contrasta com o belo verde das árvores que cobrem a rua. O azul do céu é apenas um detalhe, um risco que traspassa por dentre os galhos mais altos das árvores.
As pessoas passam. Ele passa. Ninguém o nota. Carros, pessoas, ônibus, arranha céus, casas. Tudo roda a sua volta. Novamente ninguém o nota. Será invisível perante todos?
Fecha os olhos e se concentra, tenta buscar no mais profundo de suas lembranças algo que o possa fazer voltar, quem sabe o fazer acordar desse, talvez, pesadelo. Remotamente, flashes passam diante de seus olhos em pouquíssimo tempo. O suficiente.
Biiiii...
Desperta. Um sonho que parecia em lapso da realidade de muitos. Olha ao seu redor e se sente feliz ao saber onde está. Se sente feliz ao reconhecer algumas pessoas, em reconhecer à larga e extensa avenida curitibana. Ufa!
Quem já não se sentiu como ele, invisível perante os olhos do mundo, um mundo que a cada dia tem mais pressa, tornando as horas do relógio insuficientes, as pessoas tornando-se cada vez mais invisíveis.
A única certeza que ele tem, é que não é invisível aos olhos de uma Pessoa.

Um comentário:

  1. Oi Pedrinho,
    Gostei muito do post. Fiquei muito feliz com a reflexão e com a profundidade. E me consolou a certeza de não ser invisível aos "olhos de uma Pessoa".
    Um abração, Pe. Paulo.

    ResponderExcluir